Junho me pegou no pulo
ou: negligenciei a Fluxo de Consciência, mas foi por boas causas, juro
A proposta era simples: uma newsletter por semana, toda quarta, mas aí chegou junho, com o caos do fim de semestre, o frio que eu tanto amo, festa junina, São Pedro, a Bienal, e eu com mil marca páginas de Ouro e Cinzas na bolsa. O tempo virou de cabeça pra baixo. E a Fluxo de Consciência? Ficou ali no cantinho, esperando pacientemente que eu voltasse pra contar tudo. Então, cá estou.
Junho foi um daqueles meses que justificam a frase do Belchior: “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”. E não é só sobre resistir é sobre viver bonito, mesmo no meio da bagunça. Bora pro nosso surto mensal? Porque julho promete e, como sempre, preciso botar tudo pra fora antes de virar uma garrafa de refrigerante agitada demais.
✶ Fim de Período
Se tem algo que define o fim de semestre na faculdade é a palavra exaustão. Mas também é uma espécie de ritual: aquela sensação de que você atravessou uma floresta densa, cheia de provas, relatórios e trabalhos, e agora finalmente dá pra sentar e respirar. Ou quase.
No meu caso, esse foi um fim de ciclo ainda mais simbólico: tô mudando de faculdade. Continuo em Psicologia, mas escolhi outro lugar pra seguir o caminho. E olha, mesmo com toda essa certeza, tem um apertinho no peito. Porque mudar exige coragem, sim, mas também exige deixar pra trás um pedaço do que já fomos.
Ainda não contei pra minha turma antiga, mas provavelmente quando esse texto sair, a verdade já vai ter sido lançada no grupo do WhatsApp. Férias chegaram, e eu tô deixando a matrícula e os boletos em algum canto do cérebro que não pretendo visitar tão cedo.
✶ Festa Junina e Quadrilha
Junho tem cheiro de milho assado, som de sanfona e um tipo de nostalgia que não dá pra explicar. É como se o tempo voltasse uns passos e a gente ficasse pequeno de novo, rodando entre bandeirinhas coloridas. Mesmo não gostando de pamonha, sou absolutamente apaixonada por tudo que envolve o clima junino.

A festa da minha paróquia, dedicada a São Pedro, teve novena, teve bandeirinha, teve tudo, e ainda tá fresca na memória. Sou apaixonada pelas quadrilhas, ainda que isso toque numa questão antiga pra mim: a dificuldade com a coisa do “par” desde muito nova. Mas esse é papo pra outro post, lá no Catarse. Depois confere por lá.
✶ Bienal 2025
A Bienal ganhou texto próprio aqui na newsletter e um photodump dedicado no meu Instagram, mas ela foi tão marcante que não tem como não falar de novo. Foi ali, no meio de um mar de gente, que eu me lembrei por que escrevo e pra quem.
Conheci pessoas incríveis, gente que ama livro como quem ama gente: com entrega, com brilho no olho, com compromisso. Gente que acredita que literatura pode ser leve, divertida, acessível e que também pode ser grito, denúncia, lugar de cura.
Entreguei muitos marca páginas de Ouro e Cinzas e fui com esse foco mesmo: levar minha história até outras mãos. E voltei com muito mais do que livros, voltei com amizades, trocas e a vontade de seguir nessa caminhada mesmo que ela ainda seja cheia de incertezas.

E olha, parem de repetir que a Bienal virou um evento consumista. Tem consumo? Tem. Mas é de histórias, de paixão, de encontros que a gente não esquece. Que bom que tanta gente ainda quer se perder entre estandes. Que bom que livros ainda juntam multidões.
✶ Criação de Conteúdo
Essa parte é difícil. Ser artista independente é ser sua própria equipe de marketing, logística, redes sociais e atendimento ao público. Não é só sobre mostrar o que você fez, mas sobre sustentar o que te move e isso, às vezes, cansa.
Nesse mês, eu tava sem energia pra inventar vídeo, legenda, roteiro. Mas ainda assim consegui colocar algumas coisinhas no TikTok, meio no automático, meio no impulso de não sumir totalmente.
Pensei até em criar um canal no YouTube, quem sabe um espaço pra dividir os bastidores, as ideias, os conteúdos que os apoiadores do Catarse já veem primeiro. Ainda não sei se vai pra frente, mas tô escutando esse pensamento.
✶ Frio
E pra fechar, um pequeno elogio ao clima que me deixa mais feliz do que qualquer verão de 40 graus: o frio. Pode parecer exagero, mas o frio me faz sentir mais viva, mais eu. No frio, eu me visto melhor, escrevo melhor, durmo melhor. Tudo melhora. E como uma boa carioca, eu declaro: 20 graus já é inverno, sim.
Essas foram as obsessões de junho. Talvez seja exagero chamar de obsessão tudo que a gente vive com muita intensidade, mas a verdade é que essas coisas pequenas, o milho assado, o fim de semestre, a Bienal, a colcha de retalhos de afetos, são o que dão sentido ao caos.
Me conta: o que te moveu em junho? Que loucura boa você viveu? Pode deixar nos comentários ou mandar na DM do Instagram, amo quando vocês compartilham também.
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